Visão de Povo (Pelo Tom da Cor)

Batuque!

Compositor: Monitor Wú Lopes (Batuque!) / Professor Venâncio

Negro, capoeirista, umbandista, tocador
Negro nato, acorrentado, espancado pela dor
Visto assim por esse povo, que não sabe o que passou
O passado de um povo, meu passado sim senhor

Mas por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor
Por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor

Cultura demarcada pela falta de amor
Julgam o livro pela capa, pela farda, pela cor
Vejo textos tão bonitos, com princípios, com valor
Mas que não são praticados, só falados por um ator

Mas por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor
Por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor

Se é negro umbandista, já é coisa de humor
Se incluir capoeirista, tem que ser bom tocador
Se for tudo é negro nato, como diz, negro nagô
Se não for, é um despeitado, que não honra sua cor

Mas por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor
Por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor

O povo não entendeu, que a capoeira tem valor
É cultura brasileira, esporte que vargas decretou
Expressão de liberdade, que gente desvalorizou
Gente que só valoriza, vida alheia e desamor

Mas por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor
Por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor

Nunca foi lei de Isabel, com seu papel sem valor
Sempre foi nosso guerreiro, rei zumbi nos libertou
Mas é fácil acreditar, no que o sistema implantou
Vamos lá nobres guerreiros, essa luta não acabou

Mas por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor
Por quê, meu Deus?
Pelo tom da cor

Sou um guerreiro
De oxóssi caçador
Meu amuleto
É o negro se impor

Sistema alheio
Não me manipulou
Cultura negra
Brasil nagô

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